Greve
É. A tão esperada greve na UnB finalmente começou. Não que todos estivessem torcendo para que ela acontecesse, mas não se falava em outra coisa senão nela. Todos sabem a importância política que a UnB tem, por isso os docentes do Brasil inteiro esperavam impacientemente o aclamado SIM. Com a Universidade de Brasília paralisada, o movimento nacional ganha força, pois espera-se que mais de 20 universidades federais entrem em greve de carona na UnB. A Assembléia para decidir se os funcinários também entrarão em greve ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 08/09.
O presidente da Associação dos Docentes da UnB (Adunb), Rodrigo Dantas, disse hoje na Assembléia Geral dos Estudantes, organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que os organizadores da greve esperam que essa seja a maior paralisação já realizada no país e pediu o apoio dos alunos. Seu discurso não falava só de aumento salarial, mas também da melhoria da instituição pública, do icentivo à pesquisa, do sucateamento das nossas universidades federais e claro, melhorar a situação do quadro de professores e consequentemente a dos professores substitutos, os quais recebem a ínfima quantia de R$ 383,00.
Após seu pronunciamento e o de vários representantes estudantis, os participantes da Assembléia votaram alguns pontos importates: sobre a paralização do RU, ficou decidido que eles apoiarão, mas a Reitoria deverá garantir a alimentação dos estudantes dos grupos 1 e 2. Sobre a paralização do HUB, foi decidido que os estudantes são contrários, devido aos danos que seriam gerados não só a eles mesmos, mas também à toda comunidade do Distrito Federal; e claro, foi decidido que os estudantes apoiariam firmemente a greve dos professores.
Análise da notícia
A greve não é a solução dos problemas do ensino público brasileiro. Em todas as vezes que elas ocorreram, pouquíssimo foi mudado. O grande problema é que ela sempre inicia-se com grande carga ideológica, pedindo mudanças na base do Ensino, ou seja, reformas drásticas, mas termina com vazias resoluções. Além do aumento de salário, eles querem dezenas de coisas, e com muita razão. A situação atual em que vivemos é ridícula. Materiais ultrapassados, falta de incentivo às nossas pesquisas, espaço físico praticamente aos pedaços, entre muitos outros problemas.
Mas o que é realmente preocupante é que esse é só o início. Como nas greves anteriores, temo que nessa, a questão salarial fale mais alto. Era só oferecer aos professores um aumento de 10% que eles logos voltavam às salas de aula. Mas e as outras reivindicações? Simplesmente eram esquecidas.
Se esta será realmente a maior greve de todos os tempos, que pelo menos ela consiga os melhores resultados. Não podemos nos esquecer de nossas ideologias, daquela vontade de mudar o mundo. Sabemos que isso não é possível, mas é tentando que conseguiremos algo. Espero que os professores não usem os alunos novamanente, que não os coloquem na rua para gritar e pedir a melhoria das universidades e depois esquecê-los.
Cabe então aos estudantes mobilizarem-se de forma organizada para que não sejam simples marionetes em mais um jogo de cunho político.
3 Comments:
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É Aerton interessante e bastante ideológico assim como o próprio texto criticado. Acredito que cada vez mais as greves perdem seu poder, quem é o maior prejudicado é o aluno. Lembro-me de Goiania onde algumas greves de onibus forma feitas de uma forma diferente: os cobradores e motoristas deixavam os passageiros circularem de graça, até que as reivindicações fossem atendidas. Soluções para o ensino: atitude e movimentação política, o que realmente não temos. A Greve deve ser discutida amplamente, deve espetacularizar-se, criar canais de contato maiores. Trazer para a agenda brasileira a questão do ensino. Fácil: não. Atitudes no curto prazo: Lacrarem toda a universidade (Inclusive o CESPE) ninguém entra, greve de fome também funciona. Acredito realmente que enquanto isso não for visto como um problema não haverá soluções. A falta de associativismo no Brasil é tradicional, por isso possuímos instituições fracas e baixo capital social. Os alunos pouco se importam e até gostam da greve, os professores descansam, relaxam e sentem que estão fazendo melhor, o governo sabe que a cada dois anos a greve acontece e que uma hora ela vai acabar, com os professores cedendo a maioria das colocações. É triste mais é real.
Abraços, bom ler suas críticas. Te admiro demais viu! Gosto de debater com você. Cuide-se
Acho que uma mobilização que teria um resultado maior seria o cancelamento do vestibular da UnB. Toda a sociedade iria se voltar contra essa decisão
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