sábado, setembro 29, 2007

Atrativos modernos

Para aumentar vendas, livrarias oferecem serviços diversificados para clientes


Sucos, diferentes tipos de café, salgados e tortas. Uma poltrona bem agradável e uma cadeira no canto, bem próxima à janela. Cortinas embelezando o ambiente. Tudo envolvido num aroma doce que torna o lugar ainda mais aconchegante.

Nas paredes estantes e mais estantes. Não existem espaços vazios. Entre tantos livros, há lugar apenas para o papel que delimita os tipos de obras: do romance à ficção. Machado de Assis, Clarice Lispector, Aluísio de Azevedo, Paulo Coelho. O último livro de Ziraldo está lá. A revistinha da Turma da Mônica, também. A diversidade é um dos principais requisitos de qualquer livraria.

E com o passar dos anos, elas tornaram-se cada vez mais completas e atrativas, passando a oferecer não só livros, mas um conjunto de lazer para criar todo um clima propício a uma boa leitura e, conseqüentemente, ótimas vendas.

Aquelas estantes quadradas, das quais só podíamos retirar o livro se a compra fosse certa, já são passado. Atualmente a leitura é incentivada ali mesmo, principalmente se for acompanhada por uma bebida quentinha nos dias frios ou uma pra lá de refrescante nos dias em que o sol não dá descanso.

Sejam de grande ou pequeno porte, as livrarias mudaram bastante seguindo a tendência norte americana de combinar serviços. As grandes redes de livrarias, daquelas que vendem tudo que você puder imaginar, foram bem retratadas no filme Mensagem para você, lançado em 1998. Na película, os atores Tom Hanks e Meg Ryan interpretam donos de uma dessas redes e de uma pequena livraria, respectivamente. Assistindo ao filme é fácil perceber porque a tal tendência estadunidense agradou: conforto e muita praticidade em um só lugar.

A estudante do 4º semestre de Relações Internacionais do IESB Juliana Pagliari, acredita que a junção de serviços acaba atraindo o cliente para novas experiências. “Isso proporciona a oportunidade de você folhear livros que você nunca tinha ouvido falar, gostar do que encontrou e levar pra casa. O ambiente descontraído facilita esse primeiro contato que te dá acesso a coisas que você não conhece e que não conheceria”, diz.

Mas não só redes renomadas adotaram diferentes formas de atrair clientes. Os chamados sebos, lojas que compram e vendem livros usados, também estão se transformando ao ritmo do freguês. Sofás, cadeiras e um atendimento especial são pré-requisitos, como na livraria Sebo da quadra 407 da Asa Norte, em que é possível encontrar as obras mais raras, aquelas em que só achamos no fundo do baú.

Já na 204 sul, a loja Café com Letras mistura livros, café, exposições de arte e música em um só ambiente. E por isso lugares como este têm se tornado verdadeiros points cults da cidade. O estudante do 7º semestre de Direito da UnB Pedro Felipe Santos freqüenta sempre que pode as chamadas livrarias interativas. “Você encontra os amigos e pode, ao mesmo tempo, verificar os últimos lançamentos, fazer umas compras e lanchar”.

Michelle Nunes, estudante do 6º semestre de Geografia também da Universidade de Brasília, prefere as livrarias aos bares da cidade quando o objetivo é se divertir com os amigos. “Acho bem melhor. O ambiente é mais aconchegante, dá pra passar a tarde conversando. No bar tem muita gente, muito mais barulho”, garante.

As táticas adotadas pelas livrarias agradam não apenas os leitores, mas também os autores das obras. O acesso ao aos contos e estórias fica mais prático e democratiza a leitura. Agora resta procurar um cantinho agradável para ter uma boa viagem no mundo das palavras.

*Mais um texto para a disciplina Oficina Avançada de Narrativas.

1 Comments:

At 02 outubro, 2007, Blogger Unknown said...

Ê jornalista!!! Até mesmo em um texto informal, vc escreve uma matéria!
Bjo,
Jaque

 

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