sábado, outubro 13, 2007

Para além da eternidade

- Preciso conversar com você.
- Mas que cara é essa? É algo sério?
- Depende.
- Depende do quê?
- Depende de como você vai tratar o assunto.
- Pare de enrolação e fale logo, então!
- Gosto muito de você, quero que saiba disso.
- Nunca duvidei.
- Que bom. Fico feliz.
- Era só isso?
- Bom, não.
- Então continue.
- Tenho te observado mais e percebido o quão importante você é para mim. A convivência mais intensa dos últimos dias me fez perceber sentimentos mais profundos, ou talvez que sempre estivessem ali, guardados, mas só agora fizeram questão de aflorar.
- É, é realmente sério.
- Não fique preocupada. Eu só queria colocar isso para fora, entende? Em uma conversa que tive recentemente me deparei com a importância que tem dizer o que sentimos. Às vezes estamos convencidos de que a pessoa ao nosso lado sabe dos sentimentos que temos por ela, mas isso nem sempre é verdade. Eu só quero isso. Que você saiba.
- Eu sempre soube.
- Em outros momentos, eu não faria tal questionamento, mas... e você, o que sente?
- Não sei ao certo. É algo inexplicável. Passei a vida inteira com você e não consigo me imaginar com outro. Mas não é apenas uma questão de costume ou afinidade. Temos ideais em comum. Sempre tivemos. Nossa história foi, é e será muito mais do que um casamento. É uma junção de vidas, uma espécie de conexão entre almas. Não consigo expressar direito. É um turbilhão de pensamentos.
- Está no caminho certo.
- Mas você nunca foi de conversar sobre esse tipo de coisas. Tem certeza de que nada aconteceu?
- Acho que simplesmente consegui enxergar o óbvio.
- Fico feliz.
- Também estou feliz. Satisfeito. Estou escrevendo um livro sobre você, ou melhor, sobre nós. Sabe?
- Pensei que você não gostasse de usar a primeira pessoa em seus livros...
- Viu como mudei?
- Você é uma graça.
- Te amo muito.
- O quanto é muito?
- Muito é muito.
- Muito se assemelha a quê?
- A isso que estou sentindo.
- Então te amo muito também.

1 Comments:

At 16 outubro, 2007, Blogger Pollyane de Oliveira said...

Amar... eis a razão de estarmos nesse mundo cruel...

 

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