Universidade se aproxima da sociedade
Projetos de extensão desenvolvidos na UnB promovem a interação dos alunos e ajudam a melhorar a qualidade de vida da população do Distrito Federal
Aerton Guimarães
Quando foi idealizada pelo antropólogo Darcy Ribeiro, a Universidade de Brasília tinha um plano inovador. Não só sua estrutura física seria diferente das demais universidades brasileiras, mas todo o sistema de ensino. Ela foi a primeira universidade do Brasil a ser dividida em institutos centrais e faculdades. E, assim, foram criados os cursos-tronco, nos quais os alunos tinham a formação básica e, depois de dois anos, seguiam para os institutos e faculdades, o que não existe mais, já que atualmente os alunos entram diretamente em seu curso de graduação.
Um dos grandes sonhos de Darcy Ribeiro está ganhando cada vez mais espaço. Um forte elo entre a universidade e a comunidade se concretiza, principalmente devido aos projetos de extensão desenvolvidos na UnB. De acordo com a assessoria de comunicação da universidade, os projetos de ação contínua (com duração de um ou mais anos em diversas comunidades) aumentaram quase 100 % nos últimos oito anos. Assim como os cursos oferecidos à comunidade, que tiveram um aumento de 130 % de 1997 a 2004, o que representa um total de 438 cursos realizados só no ano passado.
Os projetos permanentes da UnB são atividades contínuas de extensão e contam com a participação de alunos, professores e em alguns casos da comunidade. O principal objetivo é buscar o desenvolvimento de estudos e pesquisas, a interação dos alunos e a integração do meio acadêmico com a sociedade. Para isso, as faculdades, institutos, decanatos e diretorias criam e implementam os programas.
Projetos como o RelNet (que disponibiliza e articula informações especializadas sobre Relações Internacionais e áreas conexas), o SOS Imprensa (uma espécie de observatório da imprensa que também funciona como ouvidoria àqueles que se sentem lesados de alguma forma pela mídia), o projeto Cão Guia de Cego (que objetiva proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos portadores de deficiência visual), o Com-Vivência (responsável por desenvolver ações integradas de estudo e atendimento a pessoas portadoras do HIV/Aids e familiares) e vários outros na área de saúde, nos quais os estudantes visitam as famílias nas cidades-satélites, são apenas alguns exemplos dos mais de 110 projetos de ação contínua da universidade.
Todos têm a ganhar com essas iniciativas da universidade. Os professores repassam seu conhecimento pela prática, os alunos atuam junto à população com embasamento teórico, o que os ajuda no desenvolvimento tanto pessoal como profissional e, claro, a comunidade participante, que recebe informações e assistência dos alunos de graduação da UnB.
Os estudantes interessados em participar dos projetos poderão trabalhar como bolsistas ou voluntários. O valor das bolsas de extensão é de R$ 130,00 e elas são oferecidas pelos fundos da própria universidade.
Seção Sala do Mestre - caderno Escola/ jornal Planalto Central - de 16 a 23 de novembro de 2005
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