sábado, outubro 28, 2006

UnB lidera ranking de furtos de veículos na Asa norte

Aumento de crimes vira dor de cabeça para CoPP, que planeja meios de erradicar o perigo
por Aerton Guimarães
Fotos: Aerton Guimarães e UnB Agência



Entre janeiro e agosto deste ano, houve um aumento de 23,5% no número de veículos furtados e de 47,5% de furtos em interior de veículos no campus da UnB, em comparação ao mesmo período do ano passado. A quantidade de carros encontrados abertos aumentou em cerca de 77%, em conseqüência da intensiva verificação de portas e janelas feita pelos vigilantes.

A boa notícia é a diminuição em mais de 330% da quantidade de furtos de patrimônio, segundo dados divulgados pela Coordenadoria de Proteção ao Patrimônio (CoPP) da UnB.


De acordo com Weglisson Medeiros, diretor de Transportes e Segurança da Universidade, o aumento de furtos em veículos deve-se, em parte, à desatenção das pessoas. Fato comprovado pelo número de carros encontrados abertos. “Muitos estudantes esquecem a chave na ignição e vidros abertos”, afirma o diretor. Outro fator que piora a situação é o pouco policiamento na UnB. “A falta de policiais militares no campus, que teve seu efetivo diminuído recentemente, também faz o número de furtos aumentar”, ressalta.

As medidas adotadas desde o ano passado ajudaram a combater o crime internamente, mas a UnB ainda registra o maior número de furtos de veículos da Asa Norte, segundo dados da 2ª Delegacia de Polícia. “Também é da Polícia Militar a obrigação de coibir o furto de veículos e interior de veículos e não apenas dos seguranças da UnB”, diz Evani Bispo de Oliveira, coordenador do CoPP.

Para combater o crime na Universidade, trabalham 47 policiais militares e mais de 300 porteiros e vigilantes. Também está em fase de estruturação o Corp o de Guarda, resultado da parceria da UnB com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Distrito Federal (SSP/DF), o Departamento de Trânsito (Detran-DF) e a Polícia Federal.



O Corpo de Guarda será uma equipe especializada em implementar estratégias de segurança no campus. Composto por cerca de 20 funcionários de segurança, tanto da UnB como da Polícia Militar, o grupo deve entrar em ação em dezembro deste ano, segundo Medeiros.


Prevenções
As grades colocadas nas entradas do Instituto Central de Ciências (ICC), a melhoria da iluminação e também a instalação de câmeras em todo o campus ajudam a conter os números de furtos mas, ainda assim, eles não param de crescer.


Vítima da falta de segurança no estacionamento d o ICC Norte, o estudante do 4º semestre de Comunicação Social, Vítor Matos, teve seu carro roubado no início de agosto. “Sabia que na UnB havia um elevado índice de furtos, mas achei que o meu carro não interessasse”, reclama. Seu Gol, ano 93, foi furtado entre as 10h e 15h. O estudante prestou ocorrência na 2ª DP, mas não teve notícias do carro posteriormente.

Já Tiago Aguiar, estudante do 6° semestre de Arquivologia, não se sente tão ameaçado. “As pessoas falam que é perigoso mas nunca vi nada, tem até os guardinhas que ficam fazendo ronda direto”, diz. Tiago estuda a noite, e presenciou apenas um incidente em três anos de Universidade. “Não acho aqui pior do que outros lugares com estacionamento aberto”, finalizou.

Para se prevenir, Medeiros explica como proceder: estacionar mais perto dos prédios de aula; conferir se o carro está com suas janelas e portas fechadas; não deixar objetos de valor à vista; andar sempre acompanhado e olhar em volta antes de sair do veículo. O diretor lembra que em outubro será lançada uma cartilha de segurança para o campus.

Publicada originalmente no site Campus online, em 25/09/2006.

domingo, outubro 22, 2006

Sangue proibido

Hemocentros podem rejeitar doação de homossexuais e bissexuais
por Aerton Guimarães

Decisões judiciais têm fomentado grande polêmica e rivalidade entre o Governo Federal e os grupos de Gays, Lésbicas e Transgêneros.

Diversos hemocentros do Brasil possuem questionários aos quais os doadores de sangue são submetidos para que possam realizar a doação. A partir da análise das respostas, a conhecida triagem, os médicos podem barrar o doador, caso considerem que ele tenha passado por uma “situação de risco”.

É justamente esse questionário que gerou a polêmica. Se um homem responder que praticou ato sexual com um parceiro do mesmo sexo nos últimos doze meses, ele é usualmente impossibilitado de doar seu sangue. O mesmo não ocorre se ele disser que praticou o ato com três mulheres. Baseado nisso, no final de julho deste ano, o juiz Márcio Braga Magalhães, da 2ª Vara Federal do Piauí, concedeu liminar suspendendo a determinação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) que obrigava a excluir os homossexuais das filas de doação caso se enquadrassem na situação exemplificada.

A iniciativa partiu de uma representação feita pelo grupo piauiense Matizes, o qual defende direitos de homossexuais, bissexuais e transgêneros. A representação sustenta que os gays sentiam-se discriminados no Centro de Hematologia e Hemoteria do Piauí porque eram impedidos de doar sangue após revelarem sua orientação sexual.

Após menos de um mês da determinação da Justiça do estado, a Anvisa ganhou liminar que suspende a decisão da 2ª Vara Federal do Piauí. A desembargadora federal Isabel Gallotti, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, suspendeu o determinado em 1º grau que havia reconhecido como de caráter discriminatório o questionamento na entrevista a doadores. Ela considerou as justificativas técnicas da Anvisa as quais, baseadas em pesquisas internacionais, comprovam que o risco de homossexuais contraírem o vírus da Aids é muito maior que o de heterossexuais. Com isso, os hemocentros voltam a ter autorização para barrar os homossexuais e bissexuais.

O grupo Matizes entrou recentemente com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda resultados.


“O paciente tem que ter a garantia que vai receber um sangue saudável”

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense em agosto passado, Marcelo Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros, criticou a decisão da desembargadora, baseada nas justificativas da Agência do governo. “O recurso da Anvisa tem por base concepções morais e religiosas”, afirmou. Disse ainda que a Associação também entrará com recurso no STF contra a decisão.

O coordenador do Centro de Referência em Direitos Humanos LGBT, Julio Cardia, em entrevista a Campus Online, afirma que as medidas adotadas pela Anvisa se apóiam no preconceito e na discriminação. “A gente já tinha três casos de denúncias aqui no Centro de gente reclamando de discriminação, pois não puderam doar sangue”, explica Julio. Segundo ele, o Centro iria entrar com ação na Justiça quando viu que o grupo Matizes, do Piauí, já o havia feito.


Cardia: "Não há diferença entre o sangue homossexual e o heterossexual".


Cardia acredita não haver justificativa válida para impossibilitar a doação por homossexuais, já que, em sua opinião, não há diferença entre o sangue homossexual e o heterossexual.

Para rebater essa idéia estão os dados da diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão. Segundo ela, fundamentada num artigo do pesquisador Jorge Beloqui, da Universidade Estadual de São Paulo, diversas pesquisas internacionais demonstram que a probabilidade de um homossexual infectar-se com o vírus da Aids é 18 vezes maior que de um heterossexual, o que justificaria a forma de prevenção praticada nos hemocentros atualmente.

Mariângela ressalta ainda que as medidas não são homofóbicas, pois não só homossexuais e bissexuais são impedidos de doar se tiverem realizado ato sexual nos últimos doze meses, mas também todos que colocam piercings ou tatuagens, consideradas situações de risco. “O paciente tem que ter a garantia que vai receber um sangue saudável", afirma. "Não nos guiamos por preconceitos,mas nos baseamos no que tem de mais novo no campo científico”, explica.

Além disso, a diretora assegurou que, em breve, o governo criará um questionário padrão para quem quer doar sangue, a ser aplicado em todos os hemocentros do país. Mas há promessas de que ele será amplamente discutido com a população antes de ser formulado.

Publicado originalmente em 18/09/2006 no site Campus online.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Atualização

É, realmente esse título não condiz com a rotina deste blog ultimamente... Quanto tempo sem te atualizar, não é mesmo meu caro Campo das idéias?

Vou ver o que posso fazer. Tempo pra escrever? Sim, mas só para o outro site, o Campus online! Ooooops.... Falei merda. Não, não estou te traindo com outro. Aqui escrevo porque quero, lá é obrigação..

Mas não fique assim. Vou fazer o seguinte: Voltarei a publicar aqui os textos que faço para as minhas disciplinas na faculdade, ok? É o que posso fazer por enquanto.

Até a próxima!