domingo, dezembro 31, 2006

2007

E então 2006 chega ao fim. Realizações pífias, contidas ou simplesmente estupendas? Não sei. Talvez tímidas, porém importantes.

Período de aventuras, descobertas. Cansaço ao extremo, inúmeras coisas pra fazer. Estresse total e, enfim, merecido descanso.

Encontros, desencontros e reencontros. Novos rostos, novos lugares. Conheci Curitiba, esta sim cidade maravilhosa. Nenhum pouco caótica e bastante receptiva.

Ano de perdas. Afastamentos, desafetos e despedidas. Mas também de muitas lembranças boas. Aprofundamento de amizades, conquistas profissionais e realizações pessoais.

Para o ano que chega, esperanças. Motivações diversas, novas reflexões e com certeza, engrandecimento.

Que 2007 seja o ano das concretizações. Ano em que os problemas serão solucionados, as mágoas esquecidas e sonhos realizados.

Feliz ano novo!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Muitas esperanças para um futuro próximo

O mundo está mudando. Uma gigantesca onda de prosperidade está em curso, e vai varrer a violência, corrupção e terrorismo. O mundo está se tornando uma única família. Comunidades on-line integram os povos na busca de idéias práticas para mudar, consertar, reformar e melhorar o mundo em todos os aspectos.

Ambientalismo, conservação dos recursos naturais, controle de poluição, proteção de animais, tecnologias alternativas, assistência a idosos, associações comunitárias, produção e comercialização coletiva, profissionalização, direitos humanos e cidadania, combate à violância, serviços sociais, prevenção do crime, promoção da cidadania, educação e pesquisa, cultura, esportes, museus, saúde preventiva.

Eu nunca estive tão otimista como hoje.

O ser humano está deixando para trás a Idade Média do mundo e se dedicando a causas maiores do que ele mesmo. Existe consciência. Existe boa vontade. Existem milhões de brasileiros fazendo algum tipo de trabalho voluntário neste momento.

Há gente questionando o consumo desenfreado do mundo, e oferecendo soluções concretas para reciclar o lixo e conscientizar as pessoas. Estas, por sua vez, estão adquirindo maior controle sobre seus desejos consumistas, e realmente se cercando daquilo que as fazem se sentir mais humanas.

Há gente questionando o comércio internacional, e oferecendo soluções pacíficas e organizadas para permitir que você possa usar um chinelo chinês, uma camiseta brasileira, um computador japonês, um software holandês. A integração mundial é uma realidade sólida.

Residências ecologicamente corretas, energia solar, fazer a coisa certa, ética, preservação da biodiversidade, a ciência dos alimentos, a conservação dos mares, a preservação de espécies em extinção, a nanotecnologia, o software livre, a reengenharia do próprio ser humano, a exploração de fontes de energia alternativas ao petróleo, o consumo consciente de água, a demanda por transparência, a revolução da não violência, a explosão da comunicação, a imaginação sobre o futuro.

Nós sabemos quais são os nossos problemas. Nós sabemos como resolvê-los.

A questão é se VOCÊ vai fazer parte da solução ou do problema. Se você vai lutar por uma causa ou vai amolecer.

Em 2007, espero que olhe nos olhos das pessoas quando falar, que respeite as opiniões contrárias, que surpreenda os outros com atos de generosidade, faça sua lição de casa sem reclamar e choramingar, peça ajuda antes que seja tarde demais. Defenda suas crenças, aprenda com seus erros e bola prá frente, seja a MELHOR pessoa que você puder ser. Seja o melhor em tudo e ponto final.

Um feliz natal e um ótimo 2007!

Eliane Casimiro Bezerra

*Texto escrito por minha mãe que merece, definitivamente, ser publicado neste campo de idéias!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Abaixo o Talibã

A obra O livreiro de Cabul, da jornalista Asne Seierstad, apresenta a cultura afegã e muçulmana sob um ponto de vista pra lá de parcial
por Aerton Guimarães


Após os trágicos acontecimentos de 11 de setembro em Nova Iorque, a vida dos afegãos nunca mais foi a mesma. Osama Bin Laden impôs, de certa forma, diversas transformações ao país em que residia, principalmente devido à invasão estadunidense que ocasionou na região. Com o objetivo de retratar a situação das pessoas do Afeganistão, em 2002 a jornalista norueguesa Asne Seierstad conviveu, durante três meses, com uma família afegã. O conturbado período serviu como fonte inspiradora para a jornalista, que aborda os costumes locais de forma humanizada em uma obra que mistura ficção e realidade.

O Livreiro de Cabul (tradução de Grete Skevik; Editora Record; 316 páginas; 2006) fala de um chefe de família, o dono de livrarias Sultan Khan, personagem que dá o título da trama. Grande parte do livro gira em torno dele, embora, em diversos momentos, parece não haver uma lógica narrativa na obra de Seierstad.

A cultura afegã e os problemas do cotidiano vividos pelos membros da família Khan são o foco principal. Festas, religião, comportamento e até os pensamentos dos personagens são colocados, na tentativa de fornecer veracidade aos fatos ilustrados. Em certos momentos, a narrativa não se assemelha à história de um livro, mas sim de uma matéria jornalística, desprendendo citações aos personagens, entre outras características, com um linguajar típico de jornais, que acusa a profissão da autora.

Alguns capítulos se dedicam a mostrar as situações humilhantes vividas pelas mulheres de Cabul. Submissas aos homens, elas devem agradá-los como podem já que estes são os verdadeiros chefes de família. As privações pelas quais elas passam e ocasiões consternadoras são mostradas, como no trecho em que Sultan Khan fornece carne apenas aos filhos homens, deixando a mãe e irmãs sem o alimento: “Muitas vezes só há carne para Sultan e os filhos, e talvez um pedaço para Bibi Gul, enquanto os outros comem arroz e feijão. - Vocês não trabalharam para merecer. Vocês vivem do meu dinheiro -, ele diz” (pág. 200).

E não apenas o lado da mulher é destacado. Inúmeros aspectos negativos de toda a cultura mulçumana, afegã e características do regime Talibã são mostrados sob o olhar ocidental da autora que parece condenar todas as situações. A obra transforma-se, em certos momentos, em uma campanha anti-Talibã, visão essa muito criticada por alguns autores. O capítulo O paraíso negado, por exemplo, mostra 16 decretos feitos pelo Talibã ao assumir o poder em 1996, que restringem a liberdade da população.

O excesso de personagens, cerca de 15, e também de informações sobre os costumes locais não permite o desenvolvimento de um ritmo da história. A trama possui suas páginas dedicadas a cada um dos membros da família Khan e a algumas pessoas próximas, expondo uma breve biografia deles. Método de exposição que se repete de forma parecida, explorando o passado e o presente do personagem, o que deixa a história enfadonha.

Mesmo tendo um protagonista, a história não faz com que o leitor crie expectativas em relação ao que vai acontecer a ele, por isso não é estimulante como várias outras obras que nos fazem querer terminar nossa leitura em apenas um dia. A questão política e a segurança do país no período pós 11 de setembro são abordados em ocasiões que a autora aproveita para criticar as ações do governo afegão.

Romance, privações políticas, econômicas e religiosas, cultura e curiosidades são o pano de fundo desta obra que me lembrou, em diversos momentos, da novela veiculada em 2001 pela Rede Globo, O clone. Não apenas alguns nomes de personagens são iguais, como também expressões utilizadas na língua original. Será que Asne Seierstad assistiu ao sucesso da Globo, exibido em diferentes países do mundo?

A história termina de forma desconexa e, apenas em algumas páginas do epílogo, a autora retoma a vida dos personagens, alguns esquecidos desde a metade da obra, apresentando um “resumão” contendo explicações sobre o que aconteceu com cada um deles, como estamos acostumados a assistir nos filmes de Hollywood ou mesmo nas novelas brasileiras. Uma escolha de final um tanto incomum para uma obra literária.

Sem uma história firme, consistente e conexa, acredito que a autora não conseguiu escrever um texto atrativo. Ele é, para os leigos, uma fonte de informações parciais sobre a cultura local baseada em uma família afegã, que não devem servir como base para compreender toda a cultura daquele país, questão bem colocada pela a autora no início de sua obra.

Comentário
O Livreiro de Cabul foi lançado no Brasil em meados de 2006 pela editora Record numa tentativa de ir ao rastro do grande sucesso lançado no ano passado em terras brasileiras, O caçador de pipas, do autor afegão Khaled Hosseini. Porém, diferentemente do que ocorreu no Brasil, a obra da jornalista Asne Seierstad foi originalmente publicada um ano antes de O caçador de pipas, em 2002. Além de O Livreiro, Seierstad teve outra obra lançada recentemente no Brasil: 101 dias em Bagdá, que retrata os dramas vividos durante a invasão americana no Afeganistão após os ataques de 11 de setembro.

sábado, dezembro 09, 2006

Semana de doação de sangue chega ao fim

Aumento no número de doações e conscientização de sua importância são os principais resultados alcançados
por Aerton Guimarães

A Semana Nacional de Doação de Sangue chegou ao fim e contabiliza ótimos resultados. Segundo Maria de Fátima Brito, diretora da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), houve aumento de 30% a 40% no número de doações nesta semana, em que também foi realizada a IV Semana dos Doadores Voluntários de Sangue.

Entre segunda-feira e sábado, 25 de novembro, dia mundial do doador de sangue, diversas atividades foram oferecidas pelo Hemocentro, como apresentações de música e teatro e a doação de sangue por atletas e artistas. Para Maria de Fátima, um dos objetivos da Semana é sensibilizar as pessoas promovendo a conscientização da necessidade de doar sangue. “A Semana quer não apenas estimular, mas também agradecer e homenagear aquelas pessoas que já são doadoras”, lembra.

O Distrito Federal possui a maior média de doadores do país, segundo a diretora do Hemocentro. Cerca de 3,5% de sua população têm o costume de praticar o ato de solidariedade, enquanto no Brasil, a média é de 1,8%. Isso quer dizer que, mensalmente, de cinco a seis mil doações são realizadas no DF, sendo que 60% dos doadores são jovens de 18 a 29 anos.

Para a Organização Mundial de Saúde, o ideal é que 3% da população doe sangue pelo menos uma vez ao ano, meta ultrapassada pelo DF. Outro número que orgulha o Hemocentro da capital é a quantidade de doadores voluntários: eles representam mais de 90% do total existente.
É o caso da estudante Janene Portela Aguiar (foto), de 19 anos, que vai realizar sua primeira doação. Segundo ela, não é esforço algum praticar o ato solidário. “Acho muito importante ajudar quem está precisando e também não vai custar nada para eu fazer isso”, afirma. A dona de casa Carmem Magalhães, de 34 anos, já doou sangue cinco vezes e tornou-se doadora regular do Hemocentro. “Acho que é o mínimo que a gente pode fazer para ajudar o ser humano. É um gesto de amor” completa.

Para quem rejeita a idéia de doar sangue, a diretora do Hemocentro (foto abaixo) esclarece: “A pessoa que doar uma vez não precisa continuar doando. O organismo dela não vai obrigá-la a isso, como algumas pessoas pensam. Doar não engrossa e nem afina o sangue, e não tem risco de a pessoa se contagiar com alguma doença porque o material utilizado é todo descartável”, ressalta.

Neste fim de ano, o Hemocentro faz um apelo às pessoas para que compareçam aos locais de doação, época na qual costumeiramente os bancos de sangue sofrem com a redução de material disponível, devido à diminuição de doações ocasionadas pelas férias.

Para doar sangue é preciso:
Ter entre 18 e 60 anos de idade;
Não estar usando medicamentos;
Pesar acima de 50 quilos;
Ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior;
Não realizar exercícios físicos antes da doação;
Não ter ingerido bebida alcoólica nas 24 horas anteriores;
Não ter colocado piercing ou feito tatuagem nos últimos doze meses;
Evitar fumar duas horas antes da doação;
Não ingerir leite e seus derivados (manteiga, margarina, queijo, iogurte) ou alimentos gordurosos até três horas antes da doação.

Matéria publicada originalmente no site Campus online em 26 de novembro.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Orla