sábado, março 25, 2006

Guerra dos Mundos

Uma macabra história de Aerton, Diogo, Humberto e Pollyane

Era uma vez um menino em cima da cerca
E uma minhoca embaixo do chão

O menino olhava a minhoca e tentava imaginar como era debaixo do chão.
Finalmente tomou coragem e perguntou:

- Olá, amiga minhoca, tenho uma proposta a fazer: você irá morar fora da terra por uma semana e eu viverei o mesmo tempo debaixo da terra.

- Não, obrigada – disse a minhoca. – Minha beleza precisa da terra e sou muito famosa aqui embaixo.

- Mas e a curiosidade, minhoquinha, você não sabe o que é isso?


- Não mesmo! Não preciso ser curiosa. Aqui embaixo tenho tudo que necessito para viver. Para quê eu iria ficar tanto tempo lá em cima?


O garoto, inconformado, ameaçou:

- Então eu vou arrancar você da terra e você verá que aqui em cima é bem melhor!
- Quando você colocar a mão no chão para me puxar, eu agarro seu braço e meu mundo vou te mostrar.

E nessa batalha quase sem fim, um passarinho apareceu, engoliu a pobre minhoca de uma vez só e bicou o braço do menino, que caiu da cerca.


Moral da história comportada:
O seu mundo não é melhor que o de ninguém. É apenas o seu mundo.

Moral da história irônica:
Não prolongue a discussão. Apenas faça.

sábado, março 18, 2006

Auto-retrato

1- Como gosto de ser chamado?

Aerton ou Tom.


2- O que dá alegria, prazer?

Trabalhar, me ocupar com diversas coisas, ajudar aos outros, estudar, conseguir realizar
algo realmente bom depois de um árduo esforço.


3- O que mais gosto em mim?

Minha sinceridade (quando não exagero).


4- A palavra e o número que melhor representam a pessoa que eu sou.

Verdadeiro e 13. (Tento ser o mais honesto e sincero possível comigo mesmo e com as
pessoas. E gosto desse número pois é o dia em que nasci e várias lendas o cercam, o que me atraiu bastante.)


5- Sinto-me realmente bem quando estou em lugares como uma ilha paradisíaca,
por sua beleza incomparável ou qualquer outro lugar com pessoas que gosto, por ter mais liberdade com elas.


6- Detesto quando alguém me manda fazer algo que já sei que devo fazer ou critica
algo ou alguém sem fundamento para fazê-lo.


7- Adoro quando alguém demonstra precisar de mim ou se mostra uma pessoa
totalmente diferente (positivamente falando) do que eu esperava. Gosto de me surpreender com as pessoas, de descobrir que elas são capazes de fazer coisas que eu não imaginava, como grandes gestos de carinho ou mesmo demonstrar uma responsabilidade por mim antes não notada.


8- Nas horas vagas gosto de ler, comer, ver filmes, escutar música e conversar com as
pessoas sobre todos os assuntos que a intimidade pode proporcionar.


9- Escreva 5 frases começando com “eu sou....”

Eu sou crítico. (Procuro analisar tudo aquilo à minha volta. Não consigo não ter
uma opinião definida sobre as coisas, a não ser que o assunto realmente não me interesse nenhum pouco. Porém às vezes exagero em minhas críticas, o que tento melhorar a cada dia).

Eu sou responsável. (Desde cedo tenho bastante responsabilidade, pois minha mãe
sempre confiou muito em mim. Com 8 anos por exemplo recebi a chave da minha casa e sempre fui esforçado em tudo aquilo em que me proponho a fazer, não precisando do controle e cobranças de ninguém, por me cobrar exacerbadamente). Lembro que quando criança eu tinha que pedir para a minha mãe olhar meus cadernos, já que os pais dos meus amigos da escola sempre o faziam, menos ela.

Eu sou complexo. (Eu não consigo me entender direito. Tenho atitudes que não
condizem com uma pessoa normal, como me comprometer com alguém. Mesmo buscando um compromisso sério nunca cheguei a ter um, pois sempre me afasto antes disso acontecer. Minhas amizades também são muito profundas, pois não gosto de superficialidades. Porém isso às vezes é complicado, pois me envolvo demais com os amigos, conhecendo-os profundamente ao saber de seus problemas, qualidades e defeitos, provocando desentendimentos graves devido à grande intimidade).

Eu sou impaciente. (Uma das coisas que mais odeio é ter que esperar. Pode ser
qualquer coisa, como uma pessoa para um encontro, uma fila de banco ou até uma pessoa falando! Se ela fala muito vagarosamente eu posso até me irritar! Mas me esforço para modificar isso em mim mesmo).

Eu sou perseverante. (Quando realmente quero alguma coisa eu luto até conseguir.
Me esforço e faço de tudo (sem passar por cima de ninguém, quero deixar claro) para conseguir realizar minhas vontades. Um exemplo disso é ter sido um dos melhores alunos dos colégios em que estudei, passar no vestibular da UnB, ter viajado para ficar um mês no Canadá com meu próprio dinheiro aos 19 anos, dinheiro esse que eu consegui guardar ao longo de 9 anos trabalhando poupando até minhas mesadas, e ter como amigos pessoas que antes não gostavam de mim, mas depois de correr atrás deles, consegui conquistá-los).


10- Habilidades e talentos.

Conversar sobre diferentes assuntos; economizar dinheiro para poder gastar em algum sonho; me ocupar com diferentes coisas; falar o que penso sem medo; nadar bem; ser esforçado, lutar pelo que quero; sou bom em falar besteiras e inventar línguas malucas.


11- Áreas de conhecimento e experiência.

No colégio sempre gostei de estudar todas as matérias, menos Física, mas eu
culpava o professor por isso. Mas durante o cursinho pré-vestibular percebi que não gosto muito de Física e Química muito não, apenas algumas partes dessas áreas. Me interesso bastante pela mente humana, comportamento e relacionamentos, por isso gosto de Psicologia. Adoro escrever textos e também coordenar projetos, administrar mesmo. No colégio já fui representante de sala (indiretamente, pois sempre fui mais ativo que o verdadeiro representante), já trabalhei em uma empresa de vendas com a parte administrativa e burocrática. Participei de inúmeras palestras de jornalismo, falando principalmente sobre ética. Fiz cursos de inglês (sou formado) e francês, além de administração e marketing. Sou vice-presidente e tesoureiro do Centro Acadêmico de Comunicação Social da UnB, responsável por organizar diversos eventos, entre eles festas e palestras. Participo do SOS Imprensa, no qual lidamos com a mídia fazendo críticas e sugerindo maneiras alternativas de se abordar alguns temas. Trabalhei como repórter e editor dos jornais online e impresso do Centro Acadêmico e SOS Imprensa, mas atualmente sou editor-chefe das equipes de imprensa da Faculdade de Comunicação e faço estágio num jornal como repórter de variedades.


12- Traços de personalidade e qualidades.

Acho que já falei muito sobre ambas as coisas nas perguntas anteriores, mas também
me acho compreensivo, prestativo, observador, bom amigo, tímido no início e falador até demais quando tenho intimidade com a pessoa. Sou otimista e acredito nas pessoas. Um pouco ingênuo às vezes.


13- Realizações mais importantes.

Passar no vestibular; viajar para o Canadá, os feitos que ajudei a construir enquanto
participante do CACOM, SOS Imprensa, Comunicação Comunitária (num projeto que desenvolvi no Varjão), concretizar amizades verdadeiras.


14- Liste:
a) O que você sabe fazer muito bem.

Criticar, brigar, conversar, elogiar (meus elogios são bastante valorizados, já que
critico mais do que deveria), reconhecer meus erros.
b) O que faria bem se tentasse.

Não sei ao certo, mas me dedico a tudo que faço.

c) O que gostaria de aprender a fazer muito bem.

Escrever qualquer tipo de texto, discursar sem ficar nervoso, qualquer trabalho
manual e a ser criativo!



15- Qual foi o melhor lugar que você conheceu? Justifique.

Eu gosto de morar em Brasília, mas adorei conhecer a capital do Canadá, Ottawa e
também Québec, capital de Montreal, por considerá-las muito bonitas e diferentes de tudo que já vi aqui no Brasil. Mas não sei se eu moraria lá, por serem cidades muito tranqüilas, nas quais não temos preocupações. Adoro cachoeiras e belas paisagens. Me surpreendi muito com a beleza do Rio de Janeiro, porém fiquei chocado com a sujeira e as favelas.


16- Qual o lugar que você gostaria de conhecer? Justifique.

Várias cidades do Rio Grande do Sul, pois todos falam da riqueza e beleza da região. A
Europa, pela mistura de culturas e nacionalidades. O Egito, por seus mistérios e Fernando de Noronha, pelas suas águas transparentes e inúmeros golfinhos, quase sempre visíveis.

Exercício de auto-conhecimento requerido na disciplina Fundamentos da Comunicação Visual (não sei qual era o objetivo exato, mas até que foi uma boa experiência )

quinta-feira, março 02, 2006

O que o público não vê

Personagens anônimos fazem um espetáculo à parte nos bastidores de uma peça teatral
Aerton Guimarães


Atores estudando o roteiro da peça em sua preparação


Imagine-se assistindo a um belo espetáculo. Ótimos atores, figurinos bem trabalhados e cenários caprichados. Durante a peça, cada detalhe é importante. Afinal, é o conjunto desses detalhes que irá determinar o seu sucesso.

E assim, o grande final. Platéia de pé aplaudindo todos os atores, estes despreocupados por terem a certeza de que fizeram mais um trabalho de qualidade. O público, que se deliciou com momentos mistos de prazer e melancolia, direciona olhares saudosos àqueles que interpretaram personagens marcantes. Elogios são ouvidos em todos os cantos da platéia.

E é apenas isso que as pessoas vêem. A beleza da peça que deve ser repassada ao espectador, e não os problemas. Poucas sabem o que se passa por trás das cortinas vermelhas. Para produzir uma boa peça de teatro, é necessária muita dedicação, e não somente dos atores. Há toda uma equipe que trabalha silenciosamente nos bastidores. Há o diretor, o produtor, os assistentes, maquiador, iluminador, costureiro, marceneiro, cenógrafo, maquinista, o responsável pela logística na alimentação, o responsável pelo transporte de materiais e também dos atores, diagramador dos cartazes e panfletos de divulgação e muitos outros que trabalham na construção do cenário e figurino, além dos que contribuem indiretamente na realização do espetáculo.

Para isso a preparação começa bem cedo. Em alguns casos, as peças levam um ano desde seus passos iniciais à apresentação. Em sua montagem, o texto é escrito, os cenários pensados, os ensaios se iniciam, o grupo que se apresentará (na maioria das vezes) corre atrás de patrocinadores e voilá, O espetáculo está recém-saído do forno para os ávidos espectadores, considerados os mais exigentes do meio cultural.

A produção

A parte mais difícil no processo de construção de uma peça é a produção. Ricardo Guti, professor do Instituto de Artes da UnB e também diretor de teatro, diz que a função de produtor em uma peça é exercida na verdade por todo o grupo de atores, o que acaba sobrecarregando-os. “O produtor é uma lenda urbana”, brinca.

Conseguir patrocínio para começar a montar a peça é um dos passos fundamentais, e o mais complicado. Quando a peça não possui em seu elenco atores renomados, a dificuldade é ainda maior. Por isso as apresentações de médio e pequeno porte buscam o apoio do Governo, tanto local como federal, para viabilizar o espetáculo. Existem leis que direcionam recursos públicos para o fomento cultural, e muitos grupos de teatro vivem desse apoio, apesar da desmotivadora burocracia.

Mas quando o assunto é o patrocínio de empresas privadas, a situação não é diferente. Mesmo com o desconto que recebem no Imposto de Renda por patrocinar esse tipo de evento, muitos empresários simplesmente não se interessam pelo teatro. E os poucos que querem ver seu nome associado a ele não possui verba suficiente para investir. Por isso, muitas vezes o apoio vem em forma de materiais, ou seja, funciona como antigamente, a base do escambo. A madeira para o cenário pode ser doada, os tecidos para os figurinos e até mesmo a comida para a alimentação da equipe.

Quando há investimentos, os patrocinadores conseguem bancar toda a peça, mas o lucro que servirá como pagamento dos atores e outros envolvidos na produção, vem exclusivamente da bilheteria ou quando uma escola particular ou o próprio governo decide bancar uma série de espetáculos que contenham alguma finalidade educativa.

O professor Guti diz que viver de teatro é arriscado, ainda mais para aqueles que não desejam seguir o estilo comédia, que possui um público maior. “Um artista que trabalha com linguagem é difícil”, afirma.

O professor também esclarece uma famosa lenda urbana. Quando perguntado sobre o porquê das peças teatrais serem tão caras em Brasília, em comparação com São Paulo e Rio de Janeiro, onde alguns espetáculos chegam a custar um terço do que é cobrado aqui, ele responde que para deslocar os atores de onde vivem já aumenta bastante o custo das produções. Aqui eles têm que pagar pelo menos hotel, transporte e alimentação, o que encarece o valor dos ingressos que pagamos na cidade.

Matéria especial feita para a revista Cena Aberta, projeto final da disciplina Planejamento Gráfico