quinta-feira, setembro 29, 2005

Fatos e boatos

Hoje almoçei num restaurante perto da UnB , mais especificamente ao lado da Fundação, e escutei uma garota falar barbaridades para seu colega. Em suas palavras: "A UnB é uma merda. Entra em greve todo ano, só tem professor picareta, tudo está caindo aos pedaços, os alunos não se importam com nada, pois são todos filhinhos de papai... e a única vantagem de se estudar nela é devido às pesquisas e projetos de extensão".

Escutei esse monólogo durante todo o meu almoço. Me contive para não virar para o lado e dar um sermão para a garota, mas acho melhor me expressar aqui, como num caso parecido que aconteceu com a Aninha Zenker na semana passada.

Tá certo que temos muitos problemas na UnB, mas ela não pode generalizar tanto e falar tão mal dessa instituição. A UnB é muito mais que uma concentração de salas de aula, ela é uma verdadeira universidade, a qual nos proporciona experiências que nunca poderíamos adquirir em outro lugar.

Lá temos independência nos estudos, pois são poucos os professores que cobram se fizemos tal "dever de casa" ou se realmente lemos tal livro. Lá convivemos com pessoas de todos os tipos que podem existir: hippies, patricinhas, mauricinhos, classes baixa, média, alta e também diferentes etnias. A convivência com pessoas tão diferentes é ótima, e só tem a nos a crescentar como seres pensantes.

Temos poder. E não é porque pagamos, como ocorre nas faculdades particulares, nas quais a frase "Eu que pago o seu salário" é bastante utilizada pelos alunos. Mas porque pensamos, corremos atrás de nossos direitos, discutimos temas importantes para a sociedade e principalmente, nos unimos. Posso ser injusto no julgamento que farei, mas todos os meus amigos que estudam em particulares reclamam da excessiva competição entre os estudantes, o que eu realmente não sinto aqui na UnB. Sempre vejo meus colegas se ajudando, o que acho ótimo.

Temos os projetos de extensão, para nos aproximarmos da comunidade. Temos as pesquisas, que serão referência para estudos em todo o país e por que não, internacionalmente.

Aprendemos a valorizar as coisas, pois realmente os recursos são escassos numa universidade pública. Temos uma grande concentração de pessoas que pensam nos problemas sociais de nosso país, que debatem e propõem soluções. Pessoas que possuem iniciativa. Que organizam os grandes congressos e encontros acadêmicos.

Os professores picaretas com certeza são uma realidade, mas não só na UnB, mas em qualquer faculdade. Assim como temos professores que nos estimulam a aprender, que nos passam paixão quando lecionam e que nos fazem com que queiramos cada vez mais, seguir aquela profissão pela qual estamos estudando.

São inúmeras as qualidades da UnB, mas agora tenho que ir. Vou assistir a uma apresentação de um amigo no Feitiço Mineiro.

domingo, setembro 25, 2005

Novidade

Conhecer alguém por completo pode ser impossível, mas o que realmente dá prazer é conhecer um pouco mais da pessoa a cada dia que se passa, e se surpreender com seus atos e pensamentos.

A insegurança provoca o medo. Medo de quê? De não ser aceito? De não ser correspondido? E quando temos certeza da resposta que levaremos? Por que não arriscar? Ultimamente tenho tentado tomar decisões apenas quando estou certo daquilo que quero.

Hoje fiz algo que há muito queria. Qual o futuro disso? Só o tempo poderá dizer...

sexta-feira, setembro 23, 2005

Perfil

Tamanho não é documento

Pequena, mas de imensa força. Cabelos longos e pouco volumosos. Rosto redondinho devido àquelas bochechas que parecem convidar-nos a apertar. Mãos pequenas, delicadas. Elas estão sempre prontas para um carinho. Sua baixa estatura engana aqueles que a comparam à sua determinação. Possui lábios pequenos e bem torneados, que nunca recusam um beijo amigo.
Ela é bastante vaidosa e se veste muito bem. Quando sai para se divertir, põe a melhor roupa e se maquia como ninguém, já que são poucas as pessoas que possuem a habilidade de se maquiar sem exageros. Os adereços são apenas complementos para exaltar sua beleza.

Reclama de tudo quando triste. E tem uma facilidade muito grande para isso. Fala de seus problemas abertamente, sem se preocupar com julgamentos. Mas quando está feliz, irradia alegria e não se esquece de Deus, sempre agradecendo a ele pelos bons momentos, pelos amigos que possui, por sua família, enfim, pela vida.
Insistente, teimosa e persistente. Essas três palavras podem ser sinônimas, mas nada a caracteriza melhor. Quando acredita em algo, defende arduamente. Até quando percebe estar equivocada, dificilmente reconhece perante os outros. Realmente ela é cabeça dura. Se não concordamos com suas idéias, faz questão de reforça-las até que as aceitemos.
Sempre busca a perfeição naquilo a que se dedica. E briga com aqueles que parecem criar obstáculos para que chegue a tal perfeição.

Determinada, luta com muita garra para conseguir o que quer. Contrariando o destino, conseguiu se destacar. Saiu de uma pequena cidade interiorana em busca de realizações. Não se conformou como os outros pois foi atrás de seus sonhos. Na cidade grande ela sofreu. Era considerada a pueril parente que, de tão ingênua, decidiu criar asas para voar numa ilusão. E não foi o que aconteceu, pois ela venceu e mostrou a todos o quão esforçada era, realizando um de seus primeiros grandes sonhos: entrar em uma das melhores instituições de ensino do país.

Mesmo com todos os seus problemas, ela consegue sorrir, aconselhar e alegrar. Sozinha ela conquistou novos amigos e também respeito. Com sua força vive a vida, amando e se divertindo. Mas também chora e sofre. Descobre novos caminhos e toma difíceis decisões. Arrisca-se. Mas não é esse o sentido da vida? Passar por novas experiências a cada dia? Por isso ela tenta viver a vida intensamente, porém às vezes não é bem sucedida. É melhor arrepender-se do que se fez do que daquilo que não foi feito. Acredito que esta seja sua filosofia e concordo plenamente.

Companheira, sabe como lidar com as mais diferentes situações. Nunca vi alguém com tamanha capacidade para enxergar tudo o que há de bom nas pessoas. Ela percebe qualidades que nós mesmos não nos damos conta. É o tipo de pessoa que posso contar a qualquer momento e que nunca irá rir de mim por mais besta que eu possa parecer. Sincera, honesta e confiável, sei que mesmo sem conversamos por vários meses, continuaremos amigos. Iremos discutir bastante no futuro: sobre nossos relacionamentos, trabalhos, jornais, livros, comida, família, ou seja, praticamente tudo.

Podemos conversar com ela sobre qualquer assunto. Por isso é impossível ficar calado ao seu lado. Nada tem de fútil, o que a diferencia de tantas outras. Gosta de ler, e se envolve com as palavras. Aprofunda-se em sua imaginação. As discussões são calorosas devido à sua teimosia, mas isso é o que mais me distrai. Divirto-me sem perceber. Ela me entende. Mesmo brigando sobre tudo, sei que se agora gritamos um com o outro, amanhã estaremos conversando como se nada tivesse acontecido. Ela me agüenta, nos melhores ou piores momentos. Por mais chato que eu seja, por mais agressivo, lá está ela. Me entende e me ajuda a melhorar, dando dicas ou brigando mesmo.

Religiosa, se dedica a seguir os ensinamentos de Deus. Lê a Bíblia e vai à igreja, pois acredita na instituição. A fé é tão poderosa que pode mover montanhas, não é o que dizem? E a crença em Deus fortalece. Todos deveriam fazer o mesmo, pois o sentimento de acreditar numa força superior é um dos melhores que existem.

É uma pessoa inquieta. Preocupa-se demasiadamente com tudo. Tento faze-la esquecer dos problemas, mas não é nada fácil. Ela está sempre diminuindo-se, embora devesse acreditar mais em si mesma. Insiste em não perceber suas qualidades.
Delicada, carinhosa e agressiva. Como as pessoas são contraditórias. Quando nervosa, vira um vulcão em plena erupção. Entretanto, quando tranqüila, gosta de abraçar, beijar, por fim, transmitir calor humano. Talvez por ser carente. Mas quem não o é nos dias atuais? São bravos aqueles que admitem a sim mesmos. Aqueles que não fogem dos próprios sentimentos.

Ela realmente preocupa-se com os outros. E é uma das melhores pessoas que já conheci. Sei que ela tem capacidade para fazer o que bem entender, acredito em seu talento. E sei, principalmente, que quando amiga, amiga para a sempre.

Homenagem a uma grande amiga

quarta-feira, setembro 21, 2005

Atividades de greve

Retificado
Na assembléia dos estudantes de comunicação realizada ontem pela manhã, os mais de 50 presentes debateram a situação atual da universidade. A única proposta votada foi se deveríamos votar a favor de uma adesão ou apoio à greve dos estudantes ou simplesmente continuar os debates, após estudos a respeito da greve , como o seu porquê, como funciona, suas reivindiações e assim por diante. A grande maioria decidiu contunuar os debates. Discutimos também alugumas propostas para atividades de greve, entre elas:


Quinta-feira (22/09) - Filme no CACOM - O espetáculo da democracia - às 9h

Sexta-feira-23: Pelada dos estudantes no CO - às 9h

Sábado-24: Cobertura da greve com os alunos de Comunicação Comunitária - aberta a todos os interessados em participar - às 8he20

Pré-FINCA da FAC - 29/09, em frente ao CACOM - no final da tarde

Reuniões com os estudantes todas as terças-feiras, às 10h

E também outras, sem datas pré-definidas:

Fazer novo levantamento sobre a greve na UnB
Cobertura jornalística e publicação da mesma no blog do cacom (www.cacom.blogspot.com)
Festas e eventos de mobilização
Fazer reunião dos 3 segmentos da faculdade, para discutir os problemas e também soluções
Cobrar da diretoria da FAC o que foi prometido em sua campanha
Limpeza do CACOM
Re-instalação da Ralacoco

Sugestões são aceitas! Entre em contato comigo pelo aertoncg@gmail.com.

segunda-feira, setembro 19, 2005

A greve na FAC

A reunião dos professores,realizada hoje no auditório da FAC, objetivava discutir os caminhos da greve e também sua legitimidade. Convidado para fazer esclarecimentos sobre as decisões da ADUnB, seu secretário geral, Paulo César, compareceu à reunião e tirou as dúvidas e/ou reforçou o que os professores já pensavam, como bem disse o professor Hélio Doyle. Questionado sobre os métodos da ADUnB para tomar decisões, como é o caso da greve, Paulo César defendeu que os professores não participam por falta de interesse, pois a ADUnB possui site, jornal, panfletos e avisos que são repassados constantemente aos professores. A professora atual do Jornal laboratório Campus, Márcia Marques, chegou a criticar tais informativos, por não serem dinâmicos e difíceis de se compreender.

Eu, como representante do Centro Acadêmico na reunião, distribuí aos presentes o Levantamento sobre a greve dos professores da UnB que fiz juntamente com Bárbara Lins, Daniela Maia e Guilherme Rocha, que demonstra que a maioria dos professores da Universidade de Brasília já aderiram à greve. Os departamentos ou faculdades de Ciência Política, Ciências Contábeis, Educação Física, Geografia, Nutrição e Serviço Social paralisaram totalmente, enquanto Administração, Antropologia, Direito, História e Relações Internacionais decidiram continuar normalmente as aulas.

O levantamento foi bem recebido pelos professores, que elogiaram a iniciativa dos estudantes, mas também recebeu críticas, entre elas a falta de precisão das informações e a confiabilidade das mesmas.

Momentos finais

Após mais de duas horas e meia de deliberações, os professores agradeceram a presença do secretário geral da ADUnB, que se retirou pois tinha outro compromisso. Assim, começaram a expor suas idéias em relação ao que deveria ser decidido nessa reunião, que contou com a presença de 22 professores.

Marcelo Feijó propôs que se votasse uma provável suspensão das aulas, e não uma adesão à greve, pois na realidade a maioria dos professores não era a favor dela. O professor Murilo Ramos rebateu dizendo que não cabia aos professores tal decisão, pois ela é administrativa, logo, o que deveria ser votado era a adesão ou não à greve.

O professor Hélio Doyle reforçou sua posição contrária ao movimento, por não concordar com a maneira pela qual ele está sendo conduzido, mas reconheceu que praticamente todos os professores presentes iriam votar a favor da greve devido à paralisação dos servidores, que prejudica diretamente os estudantes devido ao fechamento do RU, BCE, laboratórios, etc, e que iria acatar a decisão tomada pelo colegiado.

A pergunta colocada em votação foi: Quem é a favor da adesão à greve? 19 professores levantaram as mãos. E sobre a não adesão, manifestaram-se três professores. Com isso, a FAC entrou em greve oficialmente, às 17he46 minutos desta segunda-feira.

Análise da notícia

Finalmente os professores pensaram nos alunos. vários deles reforçaram a idéia por mim defendida, de que as aulas são inviáveis sem que o restaurante universitário, a biblioteca, as secretarias e os laboratórios funcionem normalmente.
E quero parabenizar a Faculdade de Comunicação pela organização em relação a esse complicado tema. Pode parecer que estou sendo irônico, mas ela realmente se destacou frente a diversas outras faculdades que nem ao menos se posicionam durante a greve, deixando a cargo dos professores decidirem se darão aula ou não, como pôde ser constatado em nosso levantamento pela UnB.
E agora que estamos em greve, não podemos ficar parados. O CACOM, o SOS Imprensa, a Ralacoco e várias entidades possuem, a partir de agora, disponibilidade de tempo para organizar as atividades de greve. Ela não serve para ficarmos em casa assistindo tv, e sim para aprendermos com ela, como ressaltou a professora Célia Ladeira na reunião anterior.

A FAC entra em greve

17he 46min. Após muitas deliberações, a Faculdade de Comunicação da UnB aderiu à greve, a partir de uma expressiva votação: 19 votos a favor da greve e 3 contra.

Informações detalhadas serão publicadas aqui mais tarde.

domingo, setembro 18, 2005

Trabalho Voluntário

Dúvida

Às vezes, quando queremos ajudar é quando mais pioramos as coisas. É preciso pensar bastante antes de fazer, analisar todos os problemas que podem surgir e também suas soluções. Sempre pensei que o importante era fazer o bem, não importasse o meio de conseguí-lo (claro que excluia os métodos anti-éticos, morais, violentos, etc), mas não pensava nas conseqüências negativas que ele poderia trazer.

Hoje fui a um asilo, ou melhor, um abrigo de idosos com o grupo de trabalho voluntário do qual faço parte. Não foi a primeira vez que fiz isso, mas nunca tinha parado pra pensar no que o André falou: "tente não se apegar emocionalmente pois será pior para a pessoa depois".

Na verdade é uma simples conclusão, mas eu realmente não tinha refletido sobre isso. Lembrei da vez que fui ao Lar dos Velhinhos: bastante empolgação, querendo agradar a todos. Acabei por me apegar demais com uma senhora e ela não queria mais ficar longe de mim. Fiquei com ela por mais de duas horas e, quando tive que ir embora, ela chorou muito e pediu que eu voltasse logo. Não sei se isso é algo bom. Será que eu deveria ter me afastado logo ao notar a aproximação emocional? Ou o que fiz foi o melhor que poderia?

Realmente fico na dúvida. Se impedir que a emoção tome conta, a perda é menor. Mas se me deixar levar, acho que pelo sentimento transmito algo mais profundo, como o amor fraternal.
Mas de qualquer forma, ajudar ao próximo é uma das melhores coisas que podemos fazer nesse mundo.

quinta-feira, setembro 15, 2005

FAC

Decepção

Essa é a palavra que resume a reunião dos professores da Faculdade de Comunicação, realizada hoje pela manhã. Seu objetivo inicial era decidir se, finalmente, a FAC tomaria uma postura final em relação à greve: adesão de todos os professores ou não, para que os estudantes não saíssem prejudicados.

A diretora da faculdade havia dito aos representantes do Centro Acadêmico que os estudantes teriam direito a voto nessa reunião, já que a decisão que fosse tomada atingiria toda a faculdade, mas não foi o que se viu. De uma forma autoritária, todos os professores decidiram retirar do CACOM o direito a voto, o que deixou todos os alunos frustrados, após a mobilização de ontem (mais de 100 alunos se reuniram para discutir a greve na FAC, sabendo que teriam direito a voto na reunião de hoje).

E o grande problema é que a reunião de hoje não serviu para nada. Os professores não pensaram sobre a situação atual da universidade, que se encontra com sua biblioteca fechada e também o Restaurante Universitário, além da paralisação dos servidores, que impedirá os alunos, por exemplo, de carimbar os documentos para conseguir passes escolares de ônibus, e decidiu continuar exatamente como estava: indefinida. A votação feita, para decidir se os professores entrariam ou não em greve, contou com 17 votos contra ela e 8 a favor. Mas isso não significa nada, pois os professores que votaram a favor disseram que eles continuarão paralisados. OU SEJA, ALGUNS PROFESSORES AINDA ESTÃO LECIONANDO NORMALMENTE, ENQUANTO OUTROS JÁ ADERIRAM À GREVE.

Sem alimentação barata, sem biblioteca para estudar e sem passe escolar, como os professores pretendem continuar as aulas? Os estudantes, revoltados, já começaram a se mobilizar. Na próxima terça-feira, dia 20/09, eles farão outra Assembléia de estudantes da FAC, pretendendo decretar sua greve, em apoio à decisão tomada ontem na assembléia presidida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Análise da notícia

São várias as reivindicações dos alunos. Muitos pensam que é uma besteira que eles entrem em greve, que na verdade eles não querem é ter aula, mas isso não é verdade. É com um movimento assim, planejado e bem construído ( que é o que pretendem fazer os alunos da FAC) que é possível conseguir resultados. Pensar no coletivo, ou seja, não ser egoísta, é um dos primeiros passos. Os formandos apoiarão essa decisão? Acredito que não. Mas é válido forçar um estudante a pagar caro pelo transporte, alimentação, continuar sem o material necessário para uma boa formação, sem laboratórios decentes e vários outros problemas, só por causa de um diploma? Quando pararmos de pensar no próprio umbigo começaremos a mudar a realidade em que vivemos.

E a reunião dos professores? Para quê afinal ela foi marcada se de nada serviria? Alguns professores criticaram outras faculdades dizendo que elas ignoraram a decisão da ADUnB e não discutem entre si sua posição na greve, mas de que adianta discutir para não tomar uma decisão coletiva? Não devemos julgar os professores que estão em greve, pois esse é um direito deles e sim, avaliar a posição dos que não aderiram à greve.

E uma última notícia: uma das mobilizações que os estudantes da faculdade estão pensando é, ao invés de fazer barulho em frente às salas de aula para impedir que os professores que não aderiram à greve continuem lecionando, por que não participar das mesmas e incomodar os professores com perguntas desnecessárias? Os muitos alunos que estão sem aula deveriam entrar nas salas normalmente e assistí-la. Qual seria a reação de um professor com mais de 60 alunos dentro de uma pequena sala? Não deixa de ser uma mobilização e acredito ser mais inteligente que sair por aí quebrando janelas e tocando pagode dentro das salas...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Agora sim é geral

Primeiro os professores. Depois, os servidores. E hoje foi o dia em que os estudantes da UnB decretaram sua greve. Na assembléia convocada pelo DCE, mais de 400 alunos compareceram (alguns dizem mais de 500) e votaram a favor da greve dos estudantes.

Como de costume, o espaço para debate foi aberto e vários alunos e representantes de CAs expuseram suas idéias e reivindicações. De maneira bastante desorganizada, as propostas foram colocadas para votação: continuação do indicativo de greve dos estudantes; paralisação imediata ou um simples não à greve estudantil. Com maioria esmagadora dos votos, a paralisação foi a opção escolhida. Após a aprovação da greve, a mesa organizadora da assembléia abriu espaço para que os alunos enviassem em papéis, naquele momento, as pautas de reivindicações da greve, pois não estavam claras. Devido ao tumulto, o DCE estabeleceu que amanhã, em outra assembléia, as pautas serão discutidas e aprovadas.

Retratação

Retiro o que disse na matéria que publiquei ontem. Os professores não são mais desorganizados que os estudantes, o que foi comprovado hoje na divertida Assembléia Geral dos Estudantes da UnB.
Durante as apresentações das idéias, a favor ou não da greve, a maioria dos presentes mostrou-se pouco interessada em debater as questões políticas e ideológicas de um movimento sério como esse, pois queria ir direto à votação. Em ritmo de OBA-OBA, os alunos não quiseram aceitar novos encaminhamentos para votação, vaiaram a representante de um movimento estudantil por pedir direito de reposta (haviam criticado a postura de tal movimento frente ao DCE) e, impacientes, atropelaram as propostas de pautas de reivindicações.

O mais preocupante é exatemente isso: os alunos entraram em greve sem ter uma pauta com exigências, deixando essa decisão para depois. Claro que a adesão simboliza um apoio aos docentes e servidores, mas o certo não seria discutir os problemas, pensar nas soluções e só depois estabelecer uma greve? Sem falar na agressividade do DCE, que influenciou as decisões e levou a assembléia para o caminho que lhe era conveniente.

Enquanto isso, na FAC...

Uma outra assembléia ocorreu hoje na UnB, a dos estudantes da Faculdade de Comunicação. Convocada pelo CACOM, ela contou com a participação de mais de 100 estudantes, o que demonstra o interesse do aluno no que tange o assunto greve. Sendo uma das maiores Assembléias já ocorridas nesta faculdade, o seu êxito deveu-se à sua importância para a reunião dos professores que ocorrerá amanhã. Lá os estudantes terão direito a um voto na decisão de entrar ou não em greve, uma grande conquista do CACOM.

Por insegurança ou falta de interesse na decisão, mais de 20 alunos recusaram-se a votar. Quando foi perguntado se os estudantes de Comunicação apoiariam a greve dos docentes decretada pela ADUnB na semana passada, 63 foram favoráveis, 21 contra e um se absteve.

Nos bastidores já se fala que um tal professor da FAC irá se manifestar contra o direito dos estudantes de votar em uma reunião de docentes, mas o professor Luiz Gonzaga Motta já demonstrou sua vontade de repetir o ato da reunião passada, na qual defendeu veementemte a participação dos alunos em decisões que afetam a todos da faculdade.

Agora só devemos esperar....

terça-feira, setembro 13, 2005

Mais greve

Últimas notícias da greve na UnB e FAC

Bom, na assembléia dos estudantes de ontem, convocada pelo Centro Acadêmico de Comunicação, apenas 45 pessoas compareceram. Na votação sobre a greve, 23 apoiaram o movimento, 17 foram contra e 5 se abstiveram.

Um pouco mais tarde, na reunião dos professores da Faculdade de Comunicação, a votação foi apertada. Dos 24 professores presentes, 12 se mostraram contra greve e 11 a favor. Lembrando que, na decisão da ADUnB da semana passada, todos os professores deveriam entrar de greve a partir daquele momento e a FAC não respeitou a decisão.

Hoje, agora pela manhã, os servidores decidiram aderir a greve também.

Análise da notícia

Notei uma coisa bastante engraçada na reunião dos professores: eles são tão desorganizados ou até mais do que os estudantes. Quase todos criticaram a decisão da ADUnB de paralisação das aulas e também que não se sentiam representados por ela, e por isso não respeitariam sua decisão. Esse é um grande problema. Todos os professores sempre são convocados a participar dessas assembléias mas eles não comparecem e, quando decisões que não lhes agradam são tomadas, eles não aceitam.

Concordo com alguns professores que disseram que a atual diretoria da ADUnB faz de tudo para conseguir uma greve, e que ela não é a melhor alternativa, pois só causará danos a toda a sociedade acadêmica, mas então por que esses professores não foram lá votar contra? Por que não levantaram a voz e expuseram suas idéias? E eu que achava que só aluno não se interessava pela universidade...

domingo, setembro 11, 2005

Fábula

O menino e o seu querido cão

Todos sabem o quanto os cães são companheiros. Alguns ousam dizer que o cão é o melhor amigo do homem. Vê se pode. Imagine um vira-lata que só pensa em comida, rolar no chão e correr atrás do próprio rabo. Poxa, que amigo. É esse mesmo que saberá todos os meus segredos, pena que não poderá dar conselhos. Na verdade ele até poderia...Já sei, vou fazer aquilo que todos fazem: para sim, um latido. Para não, dois.
Ah, pensando bem, esse cachorro aqui é muito tapado. Não serve como amigo não. Ontem à noite eu comprei um osso de borracha pra ele e sabe o que ele fez? Engoliu. E era enorme, não sei como diabos ele meteu aquele ossão güela abaixo. Tive que chamar meus pais, que estavam assistindo TV, para levá-lo imediatamente ao veterinário, pois o cão estava fazendo uns sons estranhos, parecia estar sem ar.
Chegando ao veterinário tarde da noite, já tivemos que pagar uma taxa pela consulta. Quando o meu pai tirou o cheque do bolso, me olhou com uma cara de bravo que eu não via desde o dia que o cachorro quebrou a luminária egípcia que minha mãe havia comprado no dia anterior.
Quase que instantaneamente o cão foi atendido, devido à sua grave situação. O doutor o pegou, o colocou na cama e injetou algo em sua pele, acho que um sonífero (bom, foi isso que a mamãe falou). Mas acho que não adiantou, pois quando o médico ia colocar a mão dentro da garganta dele para retirar o osso, o cachorro acordou, mordeu a mão dele e ainda saiu correndo pela sala. Por sorte ele acabou caindo da janela, lembrando que estávamos no primeiro andar do prédio, e na queda o osso saiu de dentro dele. Finalmente ele podia respirar normalmente.
Mas teve outro dia também: a festa de comemoração dos 50 anos de casados dos meus avós. Foi uma mega festa, com mais de 300 convidados e comida que não cabia mais na minha barriga. Quando tudo parecia correr bem, ele apareceu: o cão. E adivinhe o que estava na boca dele? Nada mais nada menos do que parte daquilo que deveria ser a surpresa da festa: a cabeça da minha vó. Mas calma, é que o meu avô havia mandado fazer uma escultura de madeira dele com a vovó em tamanho real. É, o vovô ficou um pouquinho nervoso, pois além de dar um bom trabalho para ele achar um escultor, ele gastou um dinheirão com esse presente.
E para variar, mais uma coisa chata aconteceu ontem. Cheguei da escola como faço todos os dias e fui correndo para o computador do meu pai para jogar The Sims, um jogo super legal. Acho que já dá para adivinhar o que aconteceu né? O desgraçado do cachorro havia comido os fios do computador. Mais tarde descobri o que mais estava na barriga dele: o celular do meu pai e o controle remoto da minha TV.
Não sei o que é melhor: a minha TV trocar de canal toda hora ou a barriga do cachorro tocar a música do Zezé de Camargo e Luciano a cada dez minutos e não podermos atender.

Moral da história: melhor um cachorro morto do que um traste como esse.

sexta-feira, setembro 09, 2005

"A terra ficou mais pesada"

O título desse texto foi a frase que eu acabei de escutar no enterro do amigo Elias, quando seu corpo fora colocado debaixo da terra. Brincalhão, prestativo e sempre com um sorriso no rosto, o "moço da técnica", como era conhecido, infelizmente se foi.

Todos lá na faculdade já precisaram dele para alguma coisa. E com sua disposição, sempre nos ajudava a fazer a TV funcionar, a conectar um data-show corretamente ou só emprestar-nos algum material necessário para apresentarmos um trabalho.

No dia da independência (última quarta-feira), Elias decidiu arrumar o telhado de sua casa, pois se a chuva chegasse, ele e sua família estariam protegidos. Porém, quando lá em cima estava, sentiu-se mal e acabou caindo da escada. Após a queda ele entrou em coma e assim ficou até a manhã de quinta-feira, quando faleceu.

Eu estava em seu enterro há pouco e pude ver o quanto ele era amado. Mais de 50 pessoas compareceram ao velório, dentre elas vários professores da Faculdade de Comunicação e alguns alunos.

Fica aqui uma homenagem a esse homem que se dedicou a ajudar os outros.

A Briófita e a Semente

Lá estavam a senhora Briófita (ou Musgo, para os íntimos) conversando com a pequena, porém convencida, dona Semente:

- Sua prepotência e arrogância me espantam, dona semente.

- Isso não me importa, pois tenho total consciência da minha magnitude. Sei que sem mim, a simplicidade ainda reinaria neste mundo e as belezas naturais não passariam de ficção científica. Minha existência proporciona a vida, a renovação. Se aqui germino, lindas árvores de grande porte brotam. Ou se for ali, esplendorosas árvores com os mais variados frutos surgem. Inúmeros animais dependem de mim para sobreviver, incluindo-se aí os humanos, é claro.

- Mas você não deve se esquecer que a história da evolução das plantas conta que nós, briófitas, fomos as ancestrais de toda uma existência posterior, o que inclui você, seja nas plantas gimnospermas ou angiospermas. Daí vem minha importância.

- É de extrema relevância, a meu ver, saber que a senhora admite sua posição de ultrapassada no que tange a evolução do Reino Plantae. As primeiras árvores que produziram sementes podiam não ter frutos para me proteger, o que na verdade nunca foi necessário, mas sua grandiosidade frente à natureza sempre garantiu minha segurança. Refiro-me aqui às plantas gimnospermas, as quais chegaram a dominar as paisagens terrestres no período Triássico e Jurássico, e que continuam a impor respeito. Lembre-se da sequóia, imponente, ou dos pinheiros, belíssimos. E voltando ao rastro da evolução, é imprescindível citar as angiospermas, plantas completas, e conseqüentemente superiores, que ajudam a movimentar o mundo, seja pelo alimento produzido (banana, alface, laranja, coco, entre outras centenas), como também pelas madeiras utilizadas na construção de casas e móveis ou até na produção de papel, necessário para a divulgação das mais importantes idéias da era clássica ou pós-moderna.

- Realmente admito que no mundo atual sua representatividade seja mais salientada, mas ressalto que sem mim, você nada seria. E não temo dizer que sua humildade deveria ser despertada, pois você sabe que não é nada sozinha. Assim como Bach dependia da música, sua existência, e completo desenvolvimento dependem de outros elementos como a terra, que te acolhe e aconchega; da água, que te mata a sede e a faz germinar; do ar, que muitas vezes te transporta para lugares inóspitos só para embelezar, e também fatores como o calor, que te apressa a brotar.

- Ingrata não sou, posso lhe assegurar. A todos eles devo tudo o que sou e o que posso vir a ser. Porém, eles não passam de simples agentes que fazem funcionar toda uma combinação química que se chama vida. Vida essa que está dentro de mim. A diversidade, a beleza, a criatividade, a funcionalidade, tudo isso faz parte de uma receita que só eu tenho, e claro, só eu posso revelar.

A Briófita, por ser avascular, não se esquentou com os comentários da colega Semente. Ela apenas se retirou do recinto e voltou ao brejo, retornando à vida de um simples musgo. E a semente, que foi transportada acidentalmente para uma fogueira feita por crianças, logo se desfez, mais rapidamente que a fumaça que era lançada ao ar.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Pôr do sol


O dia inicia-se. Os raios de sol vão aos poucos iluminando a Terra e ,portanto, tomando conta de tudo. Flores, folhas, árvores completas. Lagos, rios, mares e oceanos. A vida. Toda ela se dá conta da grandiosidade deste momento que nos é comum. Afinal, é só o amanhecer do dia, assim como ontem e anteontem, e como será amanhã.

Com o passar das horas ele esquenta. Nos queima quando expostos a ele. E quando menos esperamos, lá está, indo embora. "Volte, não nos abandone". Mas de nada adianta, ele não voltará, não hoje. Mas é belo, é impressionante, imprescindível. Assim como ele chegou e se apossou de todos os lugares, agora ele se despede. E com isso, a escuridão retorna ao seu lugar. Enquanto espera para retornar amanhã bem cedo, se fortalece e se prepara para mais um resplandecente dia.

Dê mais valor para o que você tem. Um dia não é mais um dia, e sim o dia. O dia em que iremos valorizar todas as pequenas coisas. O dia em que seremos diferentes. O dia em que faremos novos amigos e também fortaleceremos as amizades já existentes. O dia em que viveremos intensamente.

Aerton Guimarães

Obs: Tirei essa foto no Lago Oeste-DF.

terça-feira, setembro 06, 2005

Greve

É. A tão esperada greve na UnB finalmente começou. Não que todos estivessem torcendo para que ela acontecesse, mas não se falava em outra coisa senão nela. Todos sabem a importância política que a UnB tem, por isso os docentes do Brasil inteiro esperavam impacientemente o aclamado SIM. Com a Universidade de Brasília paralisada, o movimento nacional ganha força, pois espera-se que mais de 20 universidades federais entrem em greve de carona na UnB. A Assembléia para decidir se os funcinários também entrarão em greve ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 08/09.

O presidente da Associação dos Docentes da UnB (Adunb), Rodrigo Dantas, disse hoje na Assembléia Geral dos Estudantes, organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que os organizadores da greve esperam que essa seja a maior paralisação já realizada no país e pediu o apoio dos alunos. Seu discurso não falava só de aumento salarial, mas também da melhoria da instituição pública, do icentivo à pesquisa, do sucateamento das nossas universidades federais e claro, melhorar a situação do quadro de professores e consequentemente a dos professores substitutos, os quais recebem a ínfima quantia de R$ 383,00.

Após seu pronunciamento e o de vários representantes estudantis, os participantes da Assembléia votaram alguns pontos importates: sobre a paralização do RU, ficou decidido que eles apoiarão, mas a Reitoria deverá garantir a alimentação dos estudantes dos grupos 1 e 2. Sobre a paralização do HUB, foi decidido que os estudantes são contrários, devido aos danos que seriam gerados não só a eles mesmos, mas também à toda comunidade do Distrito Federal; e claro, foi decidido que os estudantes apoiariam firmemente a greve dos professores.

Análise da notícia

A greve não é a solução dos problemas do ensino público brasileiro. Em todas as vezes que elas ocorreram, pouquíssimo foi mudado. O grande problema é que ela sempre inicia-se com grande carga ideológica, pedindo mudanças na base do Ensino, ou seja, reformas drásticas, mas termina com vazias resoluções. Além do aumento de salário, eles querem dezenas de coisas, e com muita razão. A situação atual em que vivemos é ridícula. Materiais ultrapassados, falta de incentivo às nossas pesquisas, espaço físico praticamente aos pedaços, entre muitos outros problemas.

Mas o que é realmente preocupante é que esse é só o início. Como nas greves anteriores, temo que nessa, a questão salarial fale mais alto. Era só oferecer aos professores um aumento de 10% que eles logos voltavam às salas de aula. Mas e as outras reivindicações? Simplesmente eram esquecidas.

Se esta será realmente a maior greve de todos os tempos, que pelo menos ela consiga os melhores resultados. Não podemos nos esquecer de nossas ideologias, daquela vontade de mudar o mundo. Sabemos que isso não é possível, mas é tentando que conseguiremos algo. Espero que os professores não usem os alunos novamanente, que não os coloquem na rua para gritar e pedir a melhoria das universidades e depois esquecê-los.

Cabe então aos estudantes mobilizarem-se de forma organizada para que não sejam simples marionetes em mais um jogo de cunho político.

Ser ou não ser

Não sinto. Não vejo. Não choro. Sou ambíguo mesmo sem perceber. Proporcionar o sofrimento não é uma qualidade, e sim um dos maiores defeitos. Ah. Ainda assim, me orgulho de mim mesmo. Apenas sou, e todos o sabem. Que pena que não sou eterno. Mas que diabos, que seja eterno enquanto dure! Hum. Acredito que alguém já tenha dito isso antes... E isso não importa na verdade, pois todos sabem que por onde passo proporciono a renovação, quando não a perdição.
Renovar. Essa é a palavra. Esse é o ato. Quem não quer ser reconhecido por seus feitos, ainda mais quando tão relevantes? O poder sempre nos sobe à cabeça. É só sentir uma pitada dele na boca, que já é possível esquecer o passado e imaginar um futuro nunca antes pensado. O mais interessante é que não tenho cabeça e muito menos uma boca, mas deixa pra lá. Vamos voltar ao renovar. Quem mais tem essa capacidade? Olhe o exemplo do cerrado. É só eu lhe fazer uma visitinha, que logo depois ele aparece de cara nova. E as casas que incendeio? Se não fosse por mim, as pessoas continuariam morando naqueles lugares medíocres. E sem falar dos objetos que consigo reformular, como simples pedaços de plásticos ou até de vidros.
A melhor parte ainda está por chegar. Sabe aqueles casais apaixonados? Dizem que é paixão, mas não passa de uma simples ardência no coração. Um calor que é sentido naqueles momentos de nervosismo. Ela e ele. Ele e ela. Apenas os dois. Ou melhor, lá estou. Só esquentando e fazendo aumentar o ritmo da perdição. Mas também mato. Faço sentir. Faço enxergar. Faço chorar. O que fazer com minha reputação? Será que quero fazer rir, gargalhar, alegrar? É um caso a se pensar. Se eu continuar o mesmo serei mais lembrado, serei eterno ao menos na mente das pessoas. Ah, quanta dúvida... Sou fogo, em plena crise existencial.

domingo, setembro 04, 2005

Compreensão

O remorso é constante. O pior sentimento que podemos sentir não é o rancor, não é o medo. A decepção é constante. A dor e o sofrimento são meros coadjuvantes num mundo repleto de papéis invertidos. Ódio. Esse sim nos deprime, nos derruba. É ele que nos impede de fazer um mundo melhor.
Mas afinal, o que é um mundo melhor? Quais são os sentimentos que uma moça deve sentir para ser considerada de boa índole? As pessoas dizem: coragem, determinação, bravura, ousadia e claro, amor. Serão eles realmente determinantes?
Imagine só, você, um simples ser humano que usa sapato, tênis, bolsa, celular e os mais diferenciados cortes de cabelo. Para quê tudo isso? Por que viver num mundo consumista, que praticamente lhe obriga a viver nos termos mais esdrúxulos?
A cabeça de uma pessoa funciona como uma mala. Lá é possível colocar centenas de coisas, sejam necessárias ou não. Mas também podemos retirar o que não nos interessa e também aquilo que não queremos mais. Isso significa que dependendo da época de nossas vidas, selecionamos o que nos é importante naquele momento para fazer parte de todo um processo. Mas a cabeça pode funcionar também como uma panela. Por mais que coloquemos coisas dentro dela, seu interior tende a evaporar se não o vedarmos bem.
Mas que porcaria. Que bagunça é essa? Assim são os pensamentos. Assim são os nossos devaneios. É impressionante como conseguimos pensar sobre os mais diferenciados assuntos num curto espaço de tempo. Apesar de racionais, as pessoas podem agir como animais selvagens, que passam por cima de tudo para alcançar suas metas. Metas essas muitas vezes vazias. Objetivos que na verdade são impostos por uma sociedade que não pensa mais no coletivo e sim no consumismo.
Os problemas existem e eles estão por toda parte. Qual é o nosso papel? Reclamar e nada fazer para mudar ou pensar, raciocinar, e conseqüentemente achar as soluções? Aprendi que tudo é possível se nos esforçarmos arduamente. Então tente. Não se iluda com o amanhã, e sim acredite no dia de hoje. Assim como o caos pode ser organizado, os pensamentos também podem, embora a própria organização possa gerar certa confusão. O importante é continuar na luta, escrever, repassar suas idéias. Quem sabe um dia aquela pessoa que menos esperamos consiga compreender seus simples rabiscos num papel e passe a entender o mundo de uma maneira diferente, não mais caótica e sem sentido.

Esse texto foi criado a partir de palavras aleatórias que pensei por um minuto e depois tive que juntá-las( por isso tem umas partes meio estranhas e sem sentido).

sexta-feira, setembro 02, 2005

Van Gogh


Esse é um dos meus quadros preferidos. Com suas cores fortes e traçados firmes, Van Gogh deu movimento a uma imagem que poderia ser simples. Porém, aqui, a imensidão do céu azul contrasta com vários outras formas.

"Quando será o dia em que poderemos olhar para o céu sem preocupações e conseguir enxergar além do que queremos?"

Aerton Guimarães

Estréia

Finalmente. Depois de tanta espera, criei um blog. Claro que evitei fazê-lo pela influência da moda, como sempre, portanto deixei para criá-lo agora pois a poeira já baixou.
Não sei ao certo para quê usarei este espaço:para divulgar meus pensamentos, fotos, textos... Bom, deixarei o espaço livre para todas as idéias que vierem. Vamos às explicações sobre o porquê dos nomes escolhidos...
Bem, Questão de Ocasião porque acho que tudo na vida depende do momento, da ocasião vivenciada. Algo sempre acontece quando menos esperamos, e devemos estar prontos para respondermos bem à esses que podemos chamar de estímulos. Quanto ao link (campo das idéias), acho que nada melhor para descrever esse blog. Aqui tenho a liberdade de criar, fazer o que eu quiser. Obviamente há limitações, mas é um ótimo lugar para relaxar e entrar em contato com as pessoas que me conhecem e querem me conhecer ainda mais. Existe maneira mais fácil de aprofundar seus conhecimentos sobre alguém do que vendo suas idéias?
E outro motivo me levou a ter um blog. Acredito que eu tenho uma imensa dificuldade de falar sobre coisas simples, do dia-a-dia. Para mim quase tudo é normal (no sentido de que nada é especial o suficiente para me chamar a atenção), então quero praticar minha capacidade de enxergar todos os acontecimentos como se fossem novidades e publicá-las aqui, claro que quando relevantes.
É melhor eu ir, abraços!